Embora a segregação racial tenha acabado em 1965, o preconceito permanece. Camuflado em ironias do cotidiano, a ideia de uma cor sobrepujar a outra é como um vírus incubado no fundo da mente em algumas pessoas de diferentes extratos sociais, à espera de ser liberado.
O mais recente exemplo aconteceu nesta quarta-feira (23). Uma professora de 66 anos, da rede municipal de ensino de Maracajá, foi formalmente indiciada pela Polícia Civil pelo crime de injúria racial.
Conduzida pelo delegado Jorge Giraldi, a investigação apurou que a educadora proferiu ofensas contra a cor da pele de um zelador da instituição, de 65 anos. O fato foi registrado em boletim de ocorrência.
O episódio ocorreu enquanto a professora transportava uma mesa com o auxílio de uma aluna. Segundo depoimentos, ao ter um pedido de ajuda negado pelo zelador, a mulher teria dito: “Isso é coisa de negão”. A vítima, um homem negro, sentiu-se ofendida e acionou a Polícia Militar. A versão foi confirmada por uma testemunha.
Em seu depoimento, a docente alegou que a declaração foi feita em “tom de brincadeira” e sem a intenção de ofender. Contudo, o delegado Giraldi revelou que o zelador já havia relatado à direção da escola, que em outras ocasiões, a mesma mulher já o havia ofendido em decorrência à cor da sua pele. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça.




